quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Sobre o amor em uma hora e vinte de exercício

Então a gente se mete a querer fazer arte.

A saber como é o processo artístico do outro. E aí a gente se dispõe a estudar e a fazer cursos livres.

Conte a sua história sem usar palavras.

Apenas com o olhar.

Foram as instruções.

Foi a coisa mais forte e intensa que aconteceu comigo nos últimos tempos.

Tentar, nesse fluxo de olhar, respiração e toque, narrar a minha história.

A história que eu estou querendo contar na verdade.

Porque uma parte da minha história eu acabei de transformar em ficção. E agora eu nem sei se que quero mais ficar revirando, remexendo e cutucando ela.

Não mais do que eu já fiz por livre e espontânea pressão.

Então eu comecei a pensar na próxima história que eu quero contar. Que deve ser o próximo projeto no qual vou trabalhar.

Fui instigado a pensar no meu tema. Cabe um plural aqui.

Quais são os meus temas?

Quais são os temas dessa história?

O tempo? O amor?

A impossibilidade de uma relação amorosa? ¯\_(ツ)_/¯

E então, falar. Escolher uma palavra que sintetize tudo.

E eu penso na história. No final do livro. E falamos quase que ao mesmo tempo.

Esperança-Cumplicidade.

Esperança e Cumplicidade.

Uau. Um par.

Puta que pariu. Você quer me desmontar, é boy?

Porque eu aqui, pensando nas impermanências. Que você também não me aceitaria. E você me vem com cumplicidade?

Porque né. A esperança. A esperança anda em falta. É por isso que pairou sobre a sala e se repetiu.

Porque talvez eu também seja meio óbvio.

Porque a esperança tá escassa.

Mas se tem uma coisa que é mais rara que a esperança, porque esta, apesar de tudo a gente mais ou menos vai aprendendo a cultivar, esta coisa é a cumplicidade.

Porque boy, a cumplicidade é muito mais difícil de encontrar.

A cumplicidade é para poucos.

E eu pensei. No quanto eu busquei a cumplicidade e no quanto não encontrei.

Sabe. Aquela pessoa que é sua parceira no crime? Que vigia a rua para ver se não vem vindo ninguém enquanto você comete o delito?

Um milhão de vezes mais difícil de acontecer.

Acho que nem nunca aconteceu. Pelo menos no sentido amor romântico da coisa e precisamos implodir o amor romântico.

Porque romântico de verdade é beijar na sarjeta.

Mas cumplicidade seria uma palavra possível. Porque talvez tenha algum tipo dela na história em que eu quero trabalhar. Porque talvez seja algo escondido, mas que precisa ser visto.

E eu achei uma maneira de me colocar no filme.

Nem que for começando por fazer uma nuvem de tags relacionadas com a história que agora eu quero contar.

Você me fez lembrar de palavras esquecidas.

E em uma hora e vinte e pouco de exercício a gente conversou, sem conversar.

E eu adoraria falar mais com você.

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