sábado, 30 de novembro de 2019

péssima escolha de figurino

A calça que não tava ajustando tão bem, meio apertada assim nos países baixos, a cueca que tava desbeiçada além do aceitável para um dia de muita atividade, correria aquelas coisas. Isso porque eu gosto dumas cuecas já gastas, furadinhas umas cuecas que contam assim uma história além de exibirem uma áurea de calculado desleixo.

Tá tudo bem? Você parece meio desconfortável.

Tá tudo ótimo. (Fala com a voz assim com a respiração ofegada)

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Sem conexão entre as ideias

Leio a notícia sobre um dos casos de feminicídio do dia. Não tenho como não me indignar, não tenho como não ficar puto. Como vocês conseguem viver suas vidas dessas formas tão normais quando para mim é tão difícil?

Mas nem é só a dificuldade de naturalizar essas coisas. Tem também o se colocar no lugar do outro. Não numa pegada de empatia, mas de tentar fazer o exercício de entender.

O que é que se passa na cabeça desses caras acham que matar uma mulher, aquela com quem ele teve ou tem uma relação, é algo ok de se fazer?

Eu entendo de onde isso vem. De muito tempo atrás, da ideia de posse, do patriarcado. O que me falta é instrumento para chegar a um ponto de pensamento em que eu me identifico com todos esses inúmeros agressores que são exibidos a todo instante nesses programas popularescos que vocês tanto apreciam.

Talvez seja essa estética-cidade-alerta que distancie tanto uma possível identificação de novos agressores em potencial. No sentido em que o criminoso é sempre o outro, é sempre o monstro. Nunca é você que está com a ideia errada, a mesma ideia errada daquele cara que matou aquela mulher no caso que passou agora há pouco. 

Não consigo conceber essa linha de raciocínio que faz com que homens enxerguem as mulheres como propriedade e justifiquem que se ela não será minha não será de mais ninguém.

Digamos que eu seja o Fulano, que namorou a Cicrana, e sempre fui um cara ciumento e etc. Daí ela me trai, ou não quer mais namorar comigo. Então eu pego uma arma, porque né, acho razoável pegar uma arma. Já começa daí. A arma faz com que eu me sinta mais homem. E daí eu vou lá e mato a cicrana. Depois sou preso e choro na delegacia, digo que estou arrependido. 

O que eu juro que queria muito entender é porque escolher se arrepender? Como que tirar uma vida é uma ideia razoável como tipo acordar e resolver dar um passeio no parque.

Quão profundo no inferno do próprio mundo interior se está para continuar perpetuando esse tipo de conduta e comportamento?

Esse texto ficou uma droga. Mas é o máximo que eu consigo formular. Tudo truncado e com ideias que não se ligam e conectam, porque me faltam palavras e uma elaboração mais adequada para dar conta da minha indignação. 

Hoje uma amiga me falou que o capitalismo e a heterossexualidade compulsória são os problemas do mundo. Tendo em mente que o capitalismo se estrutura na desigualdade e no racismo, não tenho como não concordar.

domingo, 17 de novembro de 2019

Este blog deveria começar a se chamar procrastinações cotidianas. Porque as digressões de pensamento ocorrem diariamente. O que não anda ocorrendo é o registro por escrito delas e nem suas postagens posteriores.

Então que fique de aviso para as arqueólogas do futuro que viver no século 21 suga nossas forças. A história da humanidade é a história da energia desperdiçada em vão. Salvo em alguns casos.

A vontade de escrever tá aqui, me consumindo. Então eu escrevo sobre não conseguir escrever. Quem sabe em breve equalizo isso de maneira mais satisfatória.

Não queria fazer esse texto hoje, esse texto agora, mas cá estou eu, caindo na maldição de atualizar o blog com mais um mercurio retrogrado.

Sofro da sindrome de Belchior. Achando que não vou morrer no ano seguinte, mas morrendo numa sequência interminável que se sucede infinitamente, indefinidamente.