Eu não preciso de coisas grandes pra ser feliz.
Tipo carro, helicóptero, jet-ski, jatinho.
Sou feliz fazendo pequenas coisas.
Gosto de gastar sola de sapato andando pela cidade.
Eu amo os livros, sabe. Só me falta tempo para lê-los.
Mas se são as pequenas coisas coisas as responsáveis pela maior parte da felicidade, são elas às vezes quem faz parecer que está tudo dando errado.
É um e-mail enviado e não respondido. É o comprovante de transferência bancária que não sobe no site. É o sistema que cai.
É o despertador tocar e você não conseguir levantar. É prender o dedo na porta, bater o dedão na quina da cama.
É querer e não ter dinheiro. É ficar sem saldo no bilhete único. É louça na pia. É precisar usar o banheiro e não poder - porque tem uma família morando ali.
São as coisas espalhadas pelo quarto, a bagunça espalhada no chão da casa.
É escrever este post pela segunda vez, porque da primeira o aplicativo desligou, não tinha rascunho salvo e eu perdi tudo que tinha escrito.
Arrumar a cama vira uma necessidade para manutenção da sanidade mental. Ter a ilusão de que alguma coisa está nos eixos. É a primeira tarefa para uma lista de atividades realizadas e que vem seguida de: tomar banho, tomar café e escovar os dentes. Não necessariamente nesta ordem.
Enquanto isso, o romance fermenta, lá, intocado e a nova peça aguarda continuidade e conclusão.
A única coisa que dá um pouco de esperança é saber que depois de um dia, vem outro. Daí a gente torce para as pequenas coisas do dia seguinte serem diferentes.