terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Queda de braço



Os problemas são sempre os mesmos, mas as soluções que a gente tenta dar para eles são bem diferentes, porque a criatividade reina por aqui.

A gente chama os nossos amigos e fala: me segura. Quando a gente não consegue se controlar o segredo é apelar.

O orçamento está restrito e ainda tive gastos imprevistos. As promoções são tentadoras. Só em março talvez eu possa me dar ao luxo de investir em novos quadrinhos e/ou livros.

Enquanto isso a gente brinca de treinar a resistência e a resiliência. E enfrenta essa queda de braços com as ofertas da Amazon, essa linda.

Está difícil, mas até agora a gente está ganhando.

Continuemos, pois.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O fim da inocência

O pensamento é mais rápido que a mão. Corre ligeiro, rapidinho, feito esses ratos que infestam a praça do lado da estação de trem do Brás, perto de casa.

Quase que não dá para digitar. Quase que não dá para postar. As ideias me fogem. Então procuro registrar tudo mais ou menos no fluxo. Do jeito que vem, vai, antes que eu me dê conta e apreenda o que na verdade eu estou querendo dizer.

Barack Obama está para deixar a cadeira de presidente dos Estados Unidos. Ainda lembro bem das comemorações de sua primeira vitória, tida como um avanço progressista.

Os ventos sopravam a esperança de dias melhores. Havia a expectativa de vivermos sem tanta guerra, com mais justiça, com mais abertura democrática e mais dinheiro.

A vitória de Trump, de João Doria, de Crivella, do Brexit, e até mesmo do golpe do Brasil de 2016, desmascara ou descortina uma espécie de véu que turvava a visão da humanidade. Quase como se após esses acontecimentos nós não tivéssemos mais o direito à inocência.

Não que tenhamos que seguir necessariamente pessimistas, mas não dá para acharmos que estamos bem, porque não estamos. Não dá mais para acharmos que um episódio como o Holocausto nunca mais aconteça na história da humanidade, porque, well, se ele não está acontecendo estamos avançando para ele a passos largos.
 
O engraçado é notar que essas questões não abalem em nada o cidadão comum, que vai levando sua vida pacatamente, reproduzindo comportamentos nada louváveis – despejando no mundo toda sorte de ódio decantado - e acreditando que a solução esteja mesmo na direita e na extrema direita.

Diante de tanta merda, o que se há de fazer?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Bastidores

Eu estou tentando acordar 05h30 da manhã para escrever.

Descobri, nos primeiros dias do ano, que a cabeça funciona de outro jeito ao despertar cedo assim, de madrugada. O corpo sente e vai acelerando conforme o dia vai nascendo.

Digo tentando porque não consegui fazer disso um hábito ainda e hoje, por exemplo, além de ter saído da cama uma hora depois do previsto eu não escrevi uma linhazinha sequer.

Em compensação eu mergulhei num mar de postagens de 2008 no agora extinto abandonartotalmente. 

Li metade das publicações daquele ano e pude perceber ali um William bem diferente, mas também muito parecido com quem eu sou hoje.

Se não foi pior, a ansiedade continua igual, por exemplo.

Algumas partes daquelas histórias e relatos servirão de inspiração para a escrita de alguns capítulos do romance em que estou trabalhando.

Apesar de não ter efetivamente produzido nada, a leitura fez com que eu percebesse exatamente em que parte do romance eu estava.

Consegui também esquematizar os próximos capítulos ou o que exatamente eu quero em cada uma das partes que estão por vir.

Acho que isso de certa forma foi um avanço.

Adotar esta técnica foi importante porque me fez concluir três capítulos nessas duas semana e faz com que eu me sinta mais comprometido com o que estou escrevendo.

No mais, além de voltar a blogar, preciso urgente voltar a trabalhar em um novo texto teatral para entregar na SP. Já tenho uma ideia no papel, mas que precisa de musculatura para se desenvolver.

Acho que é isso



terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Comprar, comprar, comprar

Um milhão de abas abertas, compre, queira, deseje, tenha.

A luta para focar e haha, algumas vitórias e avanços nesse sentido.

É para comemorar e também para pensar. Se ficar sem grana me deixa ansioso, a limitação do tempo para usufruir tudo o que o dinheiro pode comprar vai ser sempre um paradoxo ou uma questão não resolvida nesta vida.

O desequilíbrio é permanente assim como a luta para revertê-lo.

Ontem a Diana me falou que estamos velhos. “Ninguém mais usa blogs”. Verdade. Talvez seja exatamente por isso que eu ainda insisto.

Este jeito de se expressar e publicar tem uma particularidade que Facebook nenhum vai conseguir ter. Mexe com a subjetividade, muito mais do que com a exposição do eu.

Se a ideia é deixar os pensamentos e acontecimentos registrados, pelo menos aqui fica tudo mais organizado, diferente daquela zona que é a timelaje.

Ela também me falou que o Whindersson Nunes comprou uma Jaguar para se presentear pelos 22 anos e eu só consigo pensar em qual é a medida do sucesso.

Quando você chega no ponto em que você pode comprar tudo o que você quer, quando se atinge o pico da montanha, qual é o próximo passo? O que se pode desejar mais?

O que fazer com o tédio e a monotonia que é viver?

Acho que vi em algum lugar que americanos ricos pagam para atravessar ilegalmente a fronteira do México com os Estados Unidos, apenas para ter a sensação de como é passar pela experiência e sufoco dos imigrantes, em busca de um tipo diferente de emoção.

Ainda não vi “Eu, Daniel Blake”, mas li um texto que aponta como sendo absurdo o personagem ser um analfabeto digital que resiste a aprender a clicar num mouse.

Viajo para futuros possíveis e me imagino negando para sempre o advento tecnológico que parece nos emburrecer e nos tornar cada vez mais egóicos.

Neste plano não tão longínquo, sou um eterno saudosista dos jogos do Supernintendo e do Playstation Um e jamais vou experimentar um óculos de realidade virtual.

De real já basta a vida.

Queria ter um texto mais legal para postar do que este. Às vezes a gente ambiciona coisas grandes.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

a qualidade das minhas lágrimas

Terçol. Sou capaz de mandar à merda quem vier com a gracinha de que o melhor remédio para terçol é ter chuva. A piada é tão horrorosa que chega a doer mais do que o terçol em si.

Mentira.

Mas a vida quis que me desse terçol no olho direito neste fim de semana. E doeu muito isso. Também choveu e isso não serviu de nada para amenizar a dor.

A sensação era a de ter uma espinha na minha pálpebra.

Fui à médica com medo de que fosse conjuntivite. Uma graça, fofa, novinha de tudo, uma cara de recém-formada. Explicou bem bonitinho como realizar o tratamento.

Em algum ponto da fala eu me perdi. Descobri que tenho lágrimas gordurosas demais, e glândulas muito gordurosas nas pálpebras, o que favorece o surgimento de terçol.

Logo eu, a Elsa do Frozen, dono de um coração de gelo. Logo eu, que pouco choro, preciso agora tomar alguns cuidados para melhorar a qualidade das minhas lágrimas.