quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

de quando eu me dei conta de que não teria São Silvestre

Não sei bem o que escrever, mas estou com vontades e ideias de alimentar isso aqui.

Dai lembrei que esses dias eu estava pensando como seria o Reveillon da Pandemia®.

Eu faço aniversário em primeiro de janeiro (dentro de dois dias portanto), então essa data tem todo um outro significado pra mim. Já foi doloroso. Agora é só daquelas coisas das quais não se tem controle e não se dá para evitar. Aprendi a aceitar. Ou melhor, a conviver.

Eu tenho uns rituais internos de final de ano. Alguns foram mudando, tanto por imposição de vida, outros por escolha.

Eu gostava, por exemplo, de tomar um bom banho de mar até quase anoitecer no dia 31. Como uma forma de limpar as energias, se renovar, se preparar para o ano seguinte.

No horário que o sol estava bem baixo já quase se pondo e a combinação temperatura amena mais água do mar me davam um enorme prazer. Uma brisa muito interna. Como se fosse uma volta à sopa primordial.

Isso me foi tirado no primeiro plantão de Ano Novo na Foto sem dó nem piedade. Odiei muito tudo isso. Passei a virada chorando de desgosto e tristeza. Vida de merda®.

Mas sobrevivi a isso. A experiência na praia, final de ano com a família expandida foi virando uma experiência desgradável de 2013 para cá. E a vó Justa foi adoecendo. Outros plantões vieram e desde então eu tenho passado as últimas viradas em São Paulo.

Quase sempre na companhia de pai e mãe + vó + Raíra e variações sobre o mesmo tema. Teve um ano que eu namorava e desse eu não gosto muito de lembrar.

Um dos meus rituais ficou sendo assistir a São Silvestre. Pela televisão, que me falta a diaposição de acordar tão cedo como vem sendo realizada a prova nos últimos anos.

E eu tenho muita vontade de um dia correr na São Silvestre. Minha relação com meu corpo nesse período teve fases e flutuações e de 2015 eu estou sem praticar atividade física de modo regular. Neste ano pandêmico então, piorou.

E eis que eu estava pensando no que eu faria no dia 31. E o pensamento automático foi: acordar cedo - que é uma coisa que já vem acontecendo - e ver a São Silvestre.

E eis que eu me dei conta de que este ano não teria São Silvestre, por conta da pandemia do corona virus. E ai meu ritual foi pro saco.

A última virada passei escrevendo. Algo que nunca tinha feito até então, porque as convenções sociais não permitiam.

Tenho passado minhas noites de Ano Novo sozinho, algo que as pessoas não entendem, não gostam, sentem medo, acham estranho e não respeitam. 

Particularmente me agrada. Amo demais ficar na minha própria companhia, no meu mundinho, com meu videogame, jogos, filmes, séries, livros. É bom o suficiente.

Quanto aos rituais e o que eu vou fazer quando a meia-noite chegar é algo que eu ainda vou ter que descobrir ou inventar.