quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Liniker

Eu sei que todo mundo já deu sua opinião sobre o stories de Liniker no qual ela reclamava de um fã que havia passado a mão em sua bunda.

Teve esse texto todo cagado do Forastieri, teve esse que ia bem até dar aquela peidada molhada na tanga no final e teve o do Tony Goes que às vezes acerta, mas às vezes é o puro suco da decepção.

São tantos equívocos que eu também contribuir com meus vinte centavos, apesar de nem saber por onde começar.

Mentira. Vou começar pelos shows da Liniker no Sesc Vila Mariana que teve nos dias 21 e 22 de julho de dois mil e dezesexy.

Fomos, Raíra e eu, no primeiro dos dois dias de apresentação.

Conseguimos comprar o ingresso pela internet. Ê. Mas era balcão. Ah.

Liniker fez um show lindo. Lindo. Foi emocionante. De fazer me chorar um pequeno tico.

No final, na hora do bis, ela subiu por uma *passagem secreta* e foi do palco até o balcão pra interagir com os fãs que viram o show dela mais de longe.

Foi algo muito raro de se ver, sabe.

Uma artista cantando no meio do público, rompendo com essa relação fetichista e de divindade que cultivamos em relação aos famosos.

Ali, no meio da música, no meio do público, Liniker interagiu, tirou algumas fotos e não foi agarrada.

Ninguém se comportou descontroladamente.

Teve uma hora, quando tava para descer, que recusou uma foto que não estava rolando porque ela atrasaria o encerramento do show. E o Sesc, como vocês bem sabem, tem horário pra fechar etc.

Ainda assim, neste momento, ela deu a entender que receberia os fãs depois. Nem sei se recebeu. No dia seguinte uma amiga conseguiu tirar foto com ela no pós-show.

Mas essa história é pra contar que dá pra respeitar as pessoas, sem precisar fazer muito esforço. E não dói.

Inclusive, um dos momentos desagradáveis foi quando um cara que eu juro que aposto que é hétero chamou Liniker de gostoso umas duas ou três vezes.

Se era pra elogiar, que pelo menos chamasse de gostosa.

Daí esses dias eu estava lendo uns posts meus em um blog antigo que o Terra tirou do ar há algumas eras.

Eu falava sobre a primeira vez que eu tinha ido numa certa boate gay, que tinha passado a mão na bunda de uns boys e de como o Bruno ficou putíssimo comigo na época e de como eu não entendi o porquê.

Vai ver que pelo fator beleza o Bruno fosse mais assediado (talvez ainda seja) que eu nessa vida. Mas até então eu achava natural ir numa balada gay e eventualmente alguém passar a mão na minha bunda. Entendia isso como uma espécie de vibe do lugar.

Sexo, hormônio, desejo, liberdade.

Mas não é só sobre isso. Porque cada um tem um limite. A princípio antes, talvez, eu gostaria que passassem a mão na minha bunda. Mas agora vejo que isso pode ser muito inconveniente dependendo da situação.

E é curioso o Forastieri ter citado Luan Santana, porque eu fiquei justamente pensando no quanto seria impossível de o Luan fazer 1-) um show no Sesc, ou vá lá, numa Virada Cultural e 2-) ir para o meio do público. E no quanto isso é triste.

Simplesmente porque eu já fui em alguns shows do Luanilson, saudades, inclusive, e apesar de serem bons, não rola essa intimidade, essa troca, nem esse pé de igualdade entre ele e o público.

Mas né, até a Preta Gil, que não tem um público tão mainstream, tem seguranças pra tirar uns fãs mais exaltados do palco, que dirá Luan, que é total showbizz e tem um séquito gigantesco.

No mais, no meio do texto o Forastieri solta umas críticas aos artistas do circuito Sesc.

Eu tenho ido a um monte de shows no Sesc, sei lá, desde sempre. E olha, não fosse o Sesc ter uma programação eclética, diversa e relativamente barata, principalmente para quem é comerciário, eu não teria ido a metade dos shows (e peças de teatro também, mas isso é outra história) que fui neste ano e acho que em todos da minha vida.

Então o papel do Sesc é fundamental, ainda mais quando se ganha pouco.

O Sesc democratiza cultura, lazer, conhecimento e convivência.

Importantíssimo. Ainda mais em tempos de golpe e retrocesso.

A Maria Alcina, quando lançou seu “Espírito de Tudo” em um show no final de Agosto no Sesc Pompeia foi para o meio da pista e ninguém a assediou.

No mais, Liniker, você é maravilhosa, suas músicas tocam, inspiram e emocionam muita gente. Obrigado por existir e se bota mais pra jogo, meu amor.

Vamo que vamo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário