segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Tropecei, caí

Tropecei, caí. É que não sou desses que consegue andar sempre em linha reta. Ainda mais quando eu me machuco. Sabe como é... as costelas comprimem o pulmão e o coração aperta de um jeito tão forte que parece que tão de pequeno vai acabar sumindo.

E eu já caí tantas vezes que o chão nem parece assim um lugar tão horrível assim. Eu sei que racionalmente eu tenho que reunir forças para levantar e seguir em frente, sempre em frente, porque é a única direção possível.

Mas essa trajetória não está fácil. Nunca esteve. Eu me perco com uns mapas antigos. Me iludo com miragens. Nutro esperança no que já foi. É errado, eu sei. É inapropriado, eu sei. Mas eu não sou de ferro.

Ao contrário. Enquanto eu acompanhar o giro deste mundo eu sou carne e sentimentos que eu nem sabia que existiam. E por mais difícil que seja ficar de pé, cada queda me deixa com menos medo de cair.

É que eu ainda quero respostas. Porque não há caminhada possível com tanto tormento nas ideias. Não é eficaz. Pode ser perigoso. Mas eu não tenho medo de lugares escuros. Por isso eu cavo, flerto com abismos, faço cagadas, como essa.

Talvez eu precisasse de uma lanterna maior, que iluminasse mais, mas é que depois de algum tempo o olho se acostuma com a escuridão. Mas olha, eu nem tô me justificando nem nada. Enfim, deixa quieto. Segue o baile. Vida que segue

Sinto muito se caí. Mas é que simplesmente não tem como não estar vulnerável. Não dá para fingir indiferença. Eu não sou bom em mentir. Também não vou bancar o forte. Nem negar as indiretas. Eu estava tentando o silêncio quando de repente tomo um tiro.

Talvez haja mais cuidados com as armas a partir de agora.

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