quinta-feira, 20 de maio de 2021

Cuidados básicos ou quando um copo não era só um copo

Tenho sentido uma necessidade de me tratar com mais carinho nesses últimos dias.

Depois de uma leitura de tarô feita pelo Juca Xavier, ele recomendou que eu tomasse chás para acalmar a ansiedade. Também fez indicações de uns banhos.

Eu não fui atrás das ervas para o banho e nem sou muito dos chás. Essa semana fiquei todo ansioso por umas coisas aí da vida e pensei em fazer o tal do chá.

Não tinha de camomila, fiz de capim-cidreira. Meio que funcionou. Fiquei pensando mais no efeito de parar de ficar alimentando a ansiedade e focar em outra coisa: encher a caneca de água, colocar para esquentar, esperar ferver.

E sentir o calorzinho na mão na hora de beber. Fora que tomar coisa em caneca parece uma coisa muito adulta, muito chique. Coisa de gente segura, que sabe o que faz da vida.

Então parei, sentei no tapete da sala em posição de lótus e resolvi me concentrar em beber meu chá. Picaretas dirão que é mindfulness ou o poder do agora. Pode ser. Mas para mim foi mais como uma questão de dar uma pausa na angústia que afinal não tinha tanta questão de ser.

Que mais?

Decidi esta semana testar uma coisa nova. Não dormir com louça para lavar na pia. Ontem quase que eu deixo, porque tive sono um pouco mais cedo, mas lavei ainda assim e até agora tá 10/10 esse projeto.

Semana passada eu sozinho em casa a louça parecia a de um batalhão, como diria meu pai.

E fiquei também pensando em como a louça, de tudo que a gente tem para fazer na vida, traz essa carga simbólica. Não teve como deixar de lembrar de outros textos, registros de outras fases na vida em que um copo na pia na casa da minha mãe era motivo para uma guerra nuclear.

É bom não viver mais tanto num inferno ao mesmo tempo em que é curioso pensar que um copo não era só um copo. Era a síntese de uma relação pra lá de complicada, diferenças de gênero em relação às obrigações de cuidados com a casa, sobrecarga mental, fadiga, cansaço, entre outras coisas.

E para finalizar, ainda nessa toada de repensar cuidado e afeto para comigo, fico sempre lembrando de um tuíte da Adelita falando que não precisa se estapear na hora de passar um creme no rosto.

Preciso estar sempre atento a este movimento, porque não sou muito dos cremes e não tenho uma rotina de skin care. Mas minha pele tem estado bem ressecada nos últimos dias e com umas manchas que podem ser de estresse pandêmico ou alergia a itens não identificados (poeira, talvez?, quem há de ter certeza?).

E é impressionante a rudeza e a pressa com que eu levo minhas mãos com o hidratante ao meu rosto. Então estou tentando fazer este exercício de aproveitar o momento para massagear a minha cara e tocar a minha face com carinho e delicadeza.

Tenho tentado levar estes momentos de - haha - “atenção plena” também para o banho dos últimos dias.

Seja por definhamento, preguiça, tristeza ou depressão da quarentena, confesso que às vezes pulo uns banhos nesses dias de isolamento social em que falta vontade de viver fazer as coisas e o banho vira mais um item na lista interminável de tarefas (mas de arrumar a cama eu gosto).

Acho que foi depois de um vídeo no instagram do Ricardo que eu fiquei mais com isso na cabeça, de tentar estar mais concentrado nos toques quando estou debaixo do chuveiro.

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