quarta-feira, 3 de março de 2021

Ano passado eu escrevi um texto

Sabe, Alê, eu te amo. Mas amo você, como amo o Vitor, o Ricardo, o Danilo, o Anderson e o Mateus. Meu coração é grande, que que eu posso fazer? Minha Vênus é em Escorpião. Esse vai ser até o nome do meu segundo livro de contos, porque o primeiro já está pronto, mas ainda falta revisar, e se chama Rapidinhas. Se bem que Vênus em Escorpião já virou até uma música que a gente nem gostou tanto assim e olha que é da Gaby Amarantos. Mas tudo bem. A gente banca essa bronca do mesmo jeito, quando chegar a hora de brigar por isso. Ademais, por enquanto a gente tem um título, mas não tem os contos escritos ainda. Nem sequer esboçados. Então, como diz a Raíra, cruzaremos a ponte quando chegarmos a ela. Daí quando a gente chegar na ponte a gente pula dela. E fim e novo começo. Ou a sensação de que a gente vai se repetir, de novo e de novo e mais uma vez, só para variar. Eu ia falar que eu amo tanto que tenho até uma camiseta que tem escrito que Love happens all the time que o amor acontece com o time todo. Quem me dera.

Ano passado eu escrevi um texto depois de ter levado um pé na bunda. Nem foi bem isso que aconteceu, mas tudo bem. Só penso que é fascinante como narramos nossas histórias. Então volto. Ano passado, depois de ver que não haveria correspondência para com meus sentimentos eu escrevi um texto. Era um texto para um concurso – que não ganhei, a propósito – mas que me ajudou a lidar com o sentimento de abandono e rejeição. Para superar a dor de um desamor fui mudando o nome do destinatário. Um artifício criativo. Uma forma de mascarar a angústia. Fabular a dor, ficcionalizar em cima de uma realidade desagradável. O nome do sujeito aparece no texto, mas é só um dentre outros presentes. Todos começando com a mesma consoante. Usei de um expediente literário para fragmentar a identidade de quem era objeto do meu desejo naquele momento que passou ainda bem ufa.

Então, Fernando, quero te dizer que agora você é um dos meus amores, assim como o Helder, assim como o Bruno, assim como o Rafa, assim como o Eros, assim como o Junior. Sou viciado em vocês, nesses 15s de stories que vocês postam o dia inteiro e que me fazem perder mais tempo do que se eu estivesse me masturbando o dia inteiro e esfolando o meu pau porque nessa de amar demais a gente às vezes esfola o coração, porque a gente aprende a gostar e a desejar e a querer de um modo muito possessivo, tolo, capitalista, equivocado. E tudo que eu queria era poder amar cada um de vocês, presencialmente, trocando saliva, engolindo porra, sentindo os corpos de vocês do meu lado na cama, não todos juntos ao mesmo tempo, mas por que não também? Eu já disse que meu coração é enorme, sempre cabe mais um amor platônico aqui.

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