terça-feira, 7 de janeiro de 2020

De cuecas, livros e umas paradas pra fazer

Quase comprei dois livros hoje. Naquelas promoções de dez reais.

Desisti porque tem uns livro-fetiches mais caros e que estão na fila primeiro, que eu fico o tempo todo falando para mim mesmo que não posso comprar porque estão caros, porque estamos sem dinheiro, menos que semi-empregado, na volta a gente compra, e porque eu já tenho livros para uma vida, mas livro nunca é demais, livro é investimento, eu deveria abrir um sebo (mentira), eu deveria era ler mais, escrever mais.

Deixei para mais pra frente, depois que eu terminar a leitura de pelo menos dois, depois que avançar na feitura do filme (hoje, dei uma avançada e nem joguei video-game), depois que eu ler a dissertação do Marcelo que eu tô lendo desde o ano passado e daqui a pouco faz um ano que ele se doutorou e nossa, como o tempo passa e como é isso de ficar mais velho e assumir responsabilidades e escrever sem formatação, sem correção, sem obedecer às regras.

Na idade adulta a gente pode jogar só um pouco de video-game. Não é recomendável que adultos joguem muito video-game. Adultos devem ser infelizes e querer o que não se tem, e querer sempre mais e mais e mais e isso agora me lembrou NoPorn e eu tô sem a carteirinha do Sesc e a vida não tem sido fácil. E tá calor em São Paulo e o sol anda ardido. Tem várias coisas pra fazer, saudades de quando esse era o blog da Diana, saudades de quando a Diana escrevia.

No entanto comprei cuecas hoje. Porque algumas das minhas cuecas estão esburacadas como o meu mundo interior, esgarçadas pelo uso, frouxas como a minha coragem para enfrentar as coisas, mas eu gosto delas assim, mambembes, desbeiçadas, quase a ponto de virar pano de chão. Tem um quê de resistência nisso, têm um charme do desvalido, a aura do cafuçu da cueca vagabunda, que não se importa coa cueca. E comprei umas cueca chique, daquelas de aberturinha de lado, daquelas bem safadas. Cuecas que eu gostaria que frequentassem muito chão por aí que dois mil e vinte traga pelo menos uns beijo na boca que eu não passei a virada de calcinha azul à toa e agora lembrei que tem roupa pra lavar, que tem que pensar no que vou fazer de comida para amanhã, que eu deveria começar a fazer exercícios físicos, mas academias essas merdas já começam representando um rombo financeiro com taxa de matrícula mais avaliação física se tiver. a última não tinha e o ano novo mal começou. 






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