sábado, 28 de dezembro de 2019

Joguinho

O protagonista de “A Arte de Produzir Efeito sem Causa”, do Lourenço Mutarelli, tem um joguinho mental quando anda na rua em que fica classificando as mulheres que cruzam seu caminho entre “como” e “não como”. Acho que dispensa explicações.

Além de trazer informações sobre o personagem, o joguinho também tem a função de imprimir ritmo à narrativa quando ela se dá em um fluxo de consciência.

É um romance muito hétero. Cheguei a falar isso para ele na confraternização do curso no ano passado.

Sempre lembro desse livro, sempre lembro desse jogo. Até porque antes de entrar em contato com essa obra eu mesmo tinha uma variação dessa mesma brincadeira, que nem é tão inédita assim na história do mundo. Tem aquele ótimo de chegar a um poste antes de o farol fechar para que você não morra ou mudar de direção cada vez que trombar com um semáforo fechado.

No meu caso, meu joguinho é o “chupo” e “não chupo”. Tem a ver com o homens na rua que cruzam meu caminho, mas como eu sou naturalmente safado meu joguinho não tem muita graça. O resultado é sempre “chupo”.

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