sexta-feira, 5 de maio de 2017

Projeções

Maio começou com um feriado, trazendo também as férias.

Férias que quanto tempo eu não tinha. Férias remuneradas, de trinta dias. Vamos aproveitar, porque vai que deixa de existir.

Além disso, eu também estava precisando. De um tempo, sabe? Pra pensar na vida.

O primeiro dia oficial das férias foi na terça. Então na segunda eu tentei fazer uma espécie de retiro caseiro do silêncio.

Inspirado por um livro que eu tava lendo, decidi me dedicar ao silêncio meditativo e contemplativo.

Tive que quebra-lo por motivos de força maior. Teve uma apresentação do Grupo Galpão aqui do lado de casa. E a não ser por uma vez ou outra que falei comigo em voz alta e na hora de falar para a mocinha do mercadinho passar as compras no débito eu não fiz nada, e também não falei nada.

Aliás. Nada fazer é algo que eu estou tão desabituado, que confesso que foi difícil. Minha pilha de livros e gibis está gigante. Assim como as séries e filmes para ver. Há muitas coisas com as quais ocupar os tempos livres.

Pois bem. Um dos projetos das férias era: assistir um filme por dia, ouvir um disco por dia e terminar algumas séries como a sexta temporada de “Glee”, pra me livrar logo desse carma, e a terceira temporada de “O Negócio”.

Já estou no quarto dia e nem tudo deu. Estou um pouco mais adiantado em “O Negócio”. Hoje a internet está meio embaçada então não consegui ver nada do que tenho na lista infinita da Netflix. O que me faz pensar: ao mesmo tempo em que a Netflix é maravilhosa, cria uma dependência, né?

Com a internet sem funcionar muito bem, vagou uma janela na minha programação de “ver coisas” e daí pensei. Fazer o quê com o tempo livre, não é mesmo? Daí que a tarde eu li. E vim então escrever esse post.

Eu podia trabalhar na edição do podcast, mas a internet e a dor nas costas complicam. Poderia então trabalhar no livro. Sim, porque né. Acho tão pretensioso dizer que eu estou escrevendo um livro.

Esses dias consegui trabalhar nele. Na verdade, passar a limpo e incrementar dois capítulos escritos em março (!!!). E também comecei mais um. Aquele sonho romântico de passar o dia inteiro escrevendo ou pelo menos quatro horas seguidas, ainda não aconteceu.

Fazendo um mea culpa, me faltou disciplina na, haha, primeira semana das férias. Semana que vem, tento compensar isso. Prometo. O problema é que nada do que eu tenho escrito eu acho bom. Tudo parece horroroso e aí é uma luta. Porque eu fico o tempo todo dizendo para mim mesmo que tá tudo uma bosta, que ninguém vai ler, que ninguém vai comprar, que ninguém vai se interessar por isso, que não é criativo, que não é ousado, que a estrutura é fraca, que não tem conflito, que eu nunca vou me sentar no panteão dos grandes escritores brasileiros,  que tem muito sexo, imagina sua mãe, sua vó e suas tias lendo isso. Como seus parentes vão conversar com você no churrasco, você nunca mais vai ser convidado para uma festinha na vida.

Sobre os discos, consegui ouvir o novo do Criolo, o novo do Gorillaz e um que eu esqueci o nome do Hercules & Love Affair. Gostei muito do primeiro. O segundo achei chato, boring, sem nenhum grande hit, nada  que fique na cabeça como des pa ci to e o terceiro também não virei fã não.

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